26.4.06

2004 e 2005 - anos de tensão

Quando me lembro de como estava minha vida nos últimos dois anos, é quase capaz de eu começar a chorar. Foi tanto stress, tanta ansiedade, tanto peso ganho...

Foi em 2004 que fiz Vigilantes do Peso (VP). Quando virou o ano, eu decidi que não podia mais continuar como estava e que precisava emagrecer. Estava com 107kg. Nesse tempo, nem sonhava em cirurgia. Ainda estava tentando os métodos convencionais e ainda não tinha tentado o VP. De início fiquei super empolgada, cumprindo os pontos e vendo, toda semana, alguns kilos sendo eliminados. Foram 4kg no primeiro mês, 2kg no segundo, 2kg no terceiro, sempre um pouco de peso saía. Uma semana ou outra eu tinha platô, mas depois continuava. Só que como todo método convencional, no começo você elimina alguma coisa, depois a velocidade diminui, diminui, diminui, assim como também sua motivação. Foi assim também comigo.

No saldo, eliminei 15 kg após 8 meses - cheguei aos 92 kg. Todos notavam minha melhora, mas mal sabiam que eu estava me desmotivando aos poucos e então comecei a relaxar, relaxar, aumentei um pouco. Lembro que depois de uns 3 meses, fui me pesar e estava com 96 kg. Deixei pra lá. Fui aumentando, aumentando, AUMENTANDO e ... cheguei no fim de 2005 aos 114 kg.

Bom, foi o último método convencional que tentei. Já havia tentado antes dietas por minha conta, Herbalife, terapia psicológica, dieta dos 13 dias, shakes, enfim, toda aquela via crucis que todos conhecem.

2004 e 2005 foram os anos dos últimos períodos do curso de Letras na faculdade. Estava na fase de retomada do curso, já que quase o ía abandonando em 2003. Quando estava no meio de 2004, em junho, eu comecei a dar aulas de Português todo fim de semana no Programa Rumo à Universidade, uma espécie de cursinho pré-vestibular para alunos do Estado. Fiquei dando aulas até Novembro. Foi nesse período que comecei a relaxar o programa do VP.

Esqueci de mencionar. Fazia duas faculdades nesse ano - Letras na UFPE e Administração na UPE. Então, imaginem, ia de manhã pra faculdade (Letras), trabalhava à tarde e à noite ia pra outra faculdade (ADM). E ainda arranjei o que fazer no fim de semana - dar aulas. Sem contar as várias madrugadas que passava acordada fazendo trabalhos ou estudando. Meu amigo, era o terror. Eu não vivia. Eu era um corpo que ia para esses lugares e, não sei como, ninguém me internava. Não tinha tempo para meus amigos. Minha casa era como um hotel onde eu apenas guardava minhas coisas e ia pra lá dormir (qdo dormia). Eu colocava um Post-it no guarda-roupa para cada compromisso que eu tinha - provas, trabalhos - e tinha dias que havia mais de 15 post-it colados. Só me satisfazia quando ia tirando cada um deles. Só que estava pagando um preço muito caro.

Quando terminaram as aulas do Rumo, fiquei só com as faculdades de novo. Só que o curso de Letras entrou na etapa final que são aquelas disciplinas de Prática de Ensino (de Inglês e de Português), onde precisamos fazer não sei quantas horas de estágio supervisionado além de fazer relatórios e mais relatórios. Ainda dei sorte que meu chefe foi muito bonzinho me liberando para algumas aulas, flexibilizando meu horário. Em setembro de 2005, aos trancos e barrancos, me formei em Letras. Fui apenas para a colação de grau, pois não tinha cabeça, corpo, ânimo, nem coragem para ir ao baile. E a gota d'água foi que em vez de curtir minha formatura, sem mais nenhum compromisso, eu me matriculei para o 2º semestre de 2005 no curso de Administração. Cara, eu me acabei, tentei trancar no meio, mas já tinha passado o período de trancamento e a única opção, se quisesse mesmo, era abandonar. Mas, eu não queria ter no meu currículo um "abandono". Então fiquei até o fim. Quando fiz a última prova do período em 28/11/05 eu falei: "Não vou voltar para o próximo semestre, de jeito nenhum. Agora eu vou é cuidar de mim que eu estou a sete palmos abaixo do fundo do poço".

Na mesma semana (dia 02/12) , fui à minha primeira consulta com o cirurgião, Dr. Marconi Meira. No próximo post, vamos falar do meu pré-cirúrgico.

Cansei de teclar, cansei de pensar no passado, nesse passado especificamente, mas foi um desabafo.

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