29.4.06

Refrigerante

Não tenho conseguido me livrar do danado do refrigerante. Logo que fiz a ciru, fiquei o primeiro mês todinho sem tomar. Depois de uns 40 dias, experimentei um pouquinho, dois dias depois de novo, pulava uns dias e eu tomava um golinho. Só que comecei a enjoar de sucos, especialmente com adoçantes. E o suco com açúcar dá o dumping. Resultado: refri light desce redondinho redondinho. Obviamente só tomo o light, mas por ser bebida gasosa não é recomendada para os gastroplastizados pelo menos no primeiro ano. Só que agora estou tomando quase todos os dias. Às vezes a vontade é tão grande que fico planejando como tomar. É como uma compulsão. Tem vezes que não me controlo mesmo. Estou começando a me preocupar. Não é a questão da quantidade, até porque geralmente não tomo uma latinha toda, tomo cerca de 200 a 250 ml, mas é o fato de estar virando novamente um vício. Não sei se estou com neura, se não deveria estar tão grilada, mas o fato é que estou.

28.4.06

Pendência

Estou dando uma passadinha rápida. Hoje meu dia não é dos melhores pois estou com uma pendência pessoal que está me estressando e me deixando muito ansiosa. Enquanto eu não "desembuchar" o que eu tenho pra falar com certas pessoas, eu não vou conseguir dormir direito. E não pode passar de hoje!

Pri

27.4.06

Pré-cirurgia

Bem, este post é para falar sobre como foram os passos para a cirurgia.

02/12/05 - sexta

Fui à primeira consulta com o cirurgião, Dr. Marconi Meira. Ele viu peso e altura e quando calculou o IMC (=43,3), viu que eu me encaixava no perfil para a operação. Falou sobre o tipo de cirurgia (Capella aberta com anel) e os riscos. Estes, apesar de existirem estariam bastante minimizados no meu caso, visto que era nova e aparentemente saudável. Passou exames de sangue, urina, ultrasom do abdomem total, endoscopia e pediu parecer de nutricionista, psicólogo, pneumologista e cardiologista. Saí da consulta na expectativa e ansiosa, imaginando em quanto tempo eu iria conseguir todos aqueles resultados.

No mesmo dia já fui no Cardiologista, Dr. Antônio Carlos. Ele passou ecocardiograma e teste ergométrico. Fiz no mesmo dia à tarde e ele já me deu o parecer.

Ainda no mesmo dia, fiz a ultrasom do abdomem total.

Foi bom porque em um só dia eu já cheguei em casa com uma boa papelada.

03/12/05 - sábado

Coletei sangue e urina no laboratório.

06/12/05 - terça

Peguei os resultados no laboratório.

Fui na consulta com a Pneumologista que passou radiografia do pulmão e teste de função respiratória (espirometria) para poder emitir o parecer.

Tirei a radiografia do pulmão.

07/12/05 - quarta

Fui na Nutricionista que pesou, fez uma avaliação da minha alimentação atual, já deu o parecer e passou a dieta a ser feita após a cirurgia, nos 15 primeiros dias.

08/12/05 - quinta

Consulta com a psicóloga - fez perguntas sobre meus dados e disse que precisava de pelo menos mais duas consultas para dar um parecer.

10/12/05 - sábado

Fiz a endoscopia, dormi que nem um nenê, não senti nada, saí andando normalmente. Levei o material para o laboratório para o exame de H. Pylori.

12/12/05 - segunda

Fiz o teste de função respiratória - dei umas sopradinhas.

13/12/05 - terça

Fui na endocrinologista, que fez uma avaliação de todas as minhas tentativas anteriores e emitiu um parecer favorável à cirurgia.

Levei os resultados (radiografia e espirometria) na Pneumologista e ele emitiu parecer também favorável.

14/12/05 - quarta

Segunda consulta com a psicóloga, conversou mais um pouco e disse que eu voltasse na sexta para uma terceira consulta e ela entregaria o parecer.

15/12/05 - quinta

Fui no ortopedista que passou radiografia da coluna e do joelho.

16/12/05 - sexta

Voltei no cirurgião com a minha mãe, que gostou dele de primeira. Ele explicou pra ela todo aquele lance dos riscos, mas que realmente ele indicava a cirurgia.

Voltei também na psicóloga que finalmente me deu o parecer favorável.

20/12/05 - terça

Peguei o resultado da H. Pylori - não tenho a danada. Ótimo!

21/12/05 - quarta

Voltei no cirurgião com todos os resultados - ele achou incrível eu ter consiguido tudo em tão pouco tempo. Ele viu tudo, marcou a cirurgia para o dia 07/01 e disse que eu voltasse para uma consulta alguns dias antes da cirurgia para ele dar algumas instruções sobre a internação. Ele preencheu a solicitação do plano de saúde para a liberação.

* Até a sair a liberação propriamente dita foram muitos vai-e-vem, mais saiu dois dias antes da cirurgia. Levei no RH da empresa, que mandou para a terceirizada, que me chamou para perícia. Fiz a perícia, depois precisou de mais um laudo que eu consegui por fax. Virou e remexeu, mas saiu.

02/01/06 - segunda

Volta no cirurgião que deu algumas instruções tais como: dieta líquida no dia anterior, dieta zero a partir das 22h da véspera da cirurgia, que eu chegasse para internação às 6h da manhã pois a cirurgia seria às 7h, que eu não tivesse medo que ia dar tudo certo.

07/01/06 - sábado

O GRANDE DIA.

26.4.06

2004 e 2005 - anos de tensão

Quando me lembro de como estava minha vida nos últimos dois anos, é quase capaz de eu começar a chorar. Foi tanto stress, tanta ansiedade, tanto peso ganho...

Foi em 2004 que fiz Vigilantes do Peso (VP). Quando virou o ano, eu decidi que não podia mais continuar como estava e que precisava emagrecer. Estava com 107kg. Nesse tempo, nem sonhava em cirurgia. Ainda estava tentando os métodos convencionais e ainda não tinha tentado o VP. De início fiquei super empolgada, cumprindo os pontos e vendo, toda semana, alguns kilos sendo eliminados. Foram 4kg no primeiro mês, 2kg no segundo, 2kg no terceiro, sempre um pouco de peso saía. Uma semana ou outra eu tinha platô, mas depois continuava. Só que como todo método convencional, no começo você elimina alguma coisa, depois a velocidade diminui, diminui, diminui, assim como também sua motivação. Foi assim também comigo.

No saldo, eliminei 15 kg após 8 meses - cheguei aos 92 kg. Todos notavam minha melhora, mas mal sabiam que eu estava me desmotivando aos poucos e então comecei a relaxar, relaxar, aumentei um pouco. Lembro que depois de uns 3 meses, fui me pesar e estava com 96 kg. Deixei pra lá. Fui aumentando, aumentando, AUMENTANDO e ... cheguei no fim de 2005 aos 114 kg.

Bom, foi o último método convencional que tentei. Já havia tentado antes dietas por minha conta, Herbalife, terapia psicológica, dieta dos 13 dias, shakes, enfim, toda aquela via crucis que todos conhecem.

2004 e 2005 foram os anos dos últimos períodos do curso de Letras na faculdade. Estava na fase de retomada do curso, já que quase o ía abandonando em 2003. Quando estava no meio de 2004, em junho, eu comecei a dar aulas de Português todo fim de semana no Programa Rumo à Universidade, uma espécie de cursinho pré-vestibular para alunos do Estado. Fiquei dando aulas até Novembro. Foi nesse período que comecei a relaxar o programa do VP.

Esqueci de mencionar. Fazia duas faculdades nesse ano - Letras na UFPE e Administração na UPE. Então, imaginem, ia de manhã pra faculdade (Letras), trabalhava à tarde e à noite ia pra outra faculdade (ADM). E ainda arranjei o que fazer no fim de semana - dar aulas. Sem contar as várias madrugadas que passava acordada fazendo trabalhos ou estudando. Meu amigo, era o terror. Eu não vivia. Eu era um corpo que ia para esses lugares e, não sei como, ninguém me internava. Não tinha tempo para meus amigos. Minha casa era como um hotel onde eu apenas guardava minhas coisas e ia pra lá dormir (qdo dormia). Eu colocava um Post-it no guarda-roupa para cada compromisso que eu tinha - provas, trabalhos - e tinha dias que havia mais de 15 post-it colados. Só me satisfazia quando ia tirando cada um deles. Só que estava pagando um preço muito caro.

Quando terminaram as aulas do Rumo, fiquei só com as faculdades de novo. Só que o curso de Letras entrou na etapa final que são aquelas disciplinas de Prática de Ensino (de Inglês e de Português), onde precisamos fazer não sei quantas horas de estágio supervisionado além de fazer relatórios e mais relatórios. Ainda dei sorte que meu chefe foi muito bonzinho me liberando para algumas aulas, flexibilizando meu horário. Em setembro de 2005, aos trancos e barrancos, me formei em Letras. Fui apenas para a colação de grau, pois não tinha cabeça, corpo, ânimo, nem coragem para ir ao baile. E a gota d'água foi que em vez de curtir minha formatura, sem mais nenhum compromisso, eu me matriculei para o 2º semestre de 2005 no curso de Administração. Cara, eu me acabei, tentei trancar no meio, mas já tinha passado o período de trancamento e a única opção, se quisesse mesmo, era abandonar. Mas, eu não queria ter no meu currículo um "abandono". Então fiquei até o fim. Quando fiz a última prova do período em 28/11/05 eu falei: "Não vou voltar para o próximo semestre, de jeito nenhum. Agora eu vou é cuidar de mim que eu estou a sete palmos abaixo do fundo do poço".

Na mesma semana (dia 02/12) , fui à minha primeira consulta com o cirurgião, Dr. Marconi Meira. No próximo post, vamos falar do meu pré-cirúrgico.

Cansei de teclar, cansei de pensar no passado, nesse passado especificamente, mas foi um desabafo.

25.4.06

Conversas com a psicóloga

Interessante, conversando hoje com a psicóloga, chegamos a conclusão que geralmente criamos intolerância a alimentos que comíamos muito antes da cirurgia. Eu, p. ex., fiquei com intolerância a leite e derivados e, antes da cirurgia, era o que eu mais gostava de comer - leite, queijos, milkshakes, iogurtes. Não fiquei com intolerância a carne, que por sinal, é um dos alimentos que mais "desce redondo" no meu estomagozinho. Antes da ciru, eu comia carne, mas não era preferência, era opção. Sendo assim, parece que nosso organismo trata de repelir o que antes nos engordava - os alimentos que comíamos muito.

Outro ponto esclarecido com a psicóloga, há umas semanas atrás, foi a questão dos parâmetros de comparação. Depois de operados, nós costumamos dizer que "comemos de tudo, só que pouco". Esse pouco é que é relativo. É pouco em relação ao que comíamos antes, mas é a quantidade que enche nosso estômago. Ou seja, era antes que comíamos muito por conta do estômago dilatado. Agora, nós comemos "normal" ou melhor dizendo, "o suficiente" para nossa capacidade gástrica.

Até agora, só fiz quatro consultas com a psicóloga, mas cada vez que vou sinto que dou mais um passo em direção ao "equilíbrio" do psicológico com o físico. Certamente, vale a pena o acompanhamento. Não é só porque já estamos "teoricamente preparados" (conversas, leituras, internet) que podemos dispensar a ajuda desse profissional. O pós-cirúrgico é diferente para cada um e "equilibrar" as sensações mentais com as mudanças corporais não é fácil. Já que temos pessoas que estudaram para nos ajudar, por que não recorrer a eles?

É isso. No mais, uma coisa que me fez sentir bem foi que fiz minha caminhada ontem à noite. Tinha umas duas semanas que eu não ía, porque estava inchada, na TPM e com retenção de líquidos. Foi muito bom ter retornado. Fazer exercícios requer disposição, tempo e "saco", mas quando vamos e fazemos, dá uma sensação de dever cumprido, de ter feito aquilo que devíamos fazer. É muito bom. Pretendo continuar fazendo como planejado - seg, qua e sex à noite por 1h.

Fui!

24.4.06

Climeso, caminhadas, academia e vitaminas

Estou fazendo quatro tratamentos na Climeso, aqui em Recife. Vou 3 vezes por semana.
Uso 4 máquinas:
* Photon - tipo um forninho - são 50 graus durante 50 minutos, só a cabecinha de fora;
* Massagem Redutora com Drenagem Linfática - 50 min de massagem em todo o corpo;
* Corpo 2 - para gorduras localizadas - 45 min cada sessão; e
* Indermoterapia - uma maquininha que passa no nosso corpo durante 45 min para localizada também e celulites.

Resolvi voltar à Climeso após uns 2 anos. Tinha feito tratamento lá, mas parei por conta do agito que ficou minha vida nos últimos períodos da faculdade (falarei disso em outro post).

Como tinha muita coisa paga, mas não usada, resolvi usar agora! É bom que modela. Acho que os créditos que tenho dá para ficar por lá até Junho/2006.

Além disso, tenho feito caminhadas 3x por semana (seg, qua, sex) à noite (das 20h às 21h) numa pista de cooper perto da minha casa. Não tenho sido muito regular, mas...

Mês que vem devo estar entrando na academia para fazer musculação.

Não posso descuidar do corpo, pois apesar de ser nova e ainda ter a carne rígida, a eliminação de peso rápida deixa qualquer um flácido.

Tomo todos os dias um tablete de Centrum e estou perto de acabar o potinho de Neutrofer 300mg que o médico disse que eu só tomasse um mesmo. Estarei voltando no médico dia 05 de maio para exames e ver se vou continuar com o complemento de ferro. Não todos os dias, mas para aliviar o intestino quando preciso, eu tomo Humectol D - um comp. ao deitar.

Por hoje é isso. Abraço.

23.4.06

Platôs, Dumping e Retenção de Líquidos




Seria mais interessante se eu tivesse começado esse blog antes da cirurgia ou por volta da realização da mesma. Mas, somente comecei a entrar nesse mundo há pouco tempo. Enfim...

Bom, tenho percebido que ao longo desses três meses, de quando em vez eu fico uma semana ou duas com o mesmo peso - o famoso platô. Não posso esconder que isso me deixa bem chateada. No fim de março, por exemplo, eu tava com 93,2 kg. Fui me pesar no dia 07 ABR e lá estava os mesmos 93,2. Fui no dia 12 ABR e tava lá os mesmos 93,2 kg. Quer dizer, eu fiquei cerca de 15 dias no mesmo peso. Ainda bem que no dia 15 eu tava com 92 e ontem eu me pesei e diminui mais 1, ou seja, estou com 91 kg. Nessas duas semanas a retenção de líquidos foi grande, as pernas incharam e a região abdominal também.

Meu primeiro platô foi próximo ao carnaval, mais ou menos 45 dias após a cirurgia. Foi quando estacionei nos 100 kg. Tanto que eu queria sair dos três dígitos... Demorou duas semanas e finalmente começou a fluir.

Os primeiros 30 dias só com líquidos foram muito tranqüilos, mas com a entrada dos sólidos foram aparecendo as intolerâncias, os refluxos e o dumping. Logo no início, tudo que eu comia ou tomava me dava mal-estar, enjôo e náusea. Muitas vezes precisei me deitar e a dor de cabeça só passava 40 min ou 1 h depois.

Aos poucos, fui percebendo quais realmente eram os alimentos que me davam dumping - especialmente açúcares (tipo sucos doces). Alimentos feitos no óleo também não desciam redondo. Uma vez fui tomar leite e... tudo pra fora. Tudo que é derivado do leite começou a não entrar bem, leite, queijos e até os iogurtes light que tomava bem durante os primeiros meses.

Até hoje, o dumping acontece, só que tenho conseguido evitá-lo por escolher melhor os alimentos. Se bem que evitar comer certas coisas vai acumulando um pouco de stress o qual tenho que desabafar de alguma forma, geralmente chorando. Às vezes começo a chorar do nada e quando páro, me sinto melhor. É só mesmo uma forma de alívio.

Não posso deixar de mencionar o meu amorzinho, Jamerson, que tem sido bastante importante nessa minha fase de adaptação, principalmente quando choro "sem motivo". Às vezes, ele nem sabe o que me dizer, mas tá ali junto comigo tentando compreender o que estou sentindo.

É isso aí, aos poucos irei escrever sobre esses três meses que se passaram e o dia-a-dia.

Até!

20.4.06

O início do blog




Inicio aqui meu blog para contar a todos como está sendo a minha caminhada em busca do peso ideal após ter feito a gastroplastia em 07/01/2006.

Após a cirurgia, meu relacionamento com a comida não tem sido fácil. Ora eu consigo escolher devidamente os alimentos e acerto na quantidade, ora isso é tudo lenda. Nem sempre a cabeça acompanha as mudanças e, por isso, as conversas com minha psicóloga tem sido bastante úteis nessa transição.

Com esse blog, espero ter o registro dessas mudanças na minha vida!